Isaac Newton

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Isaac Newton
Ciência
Nacionalidade Inglaterra Inglês
Nascimento 4 de janeiro de 1643
Local Woolsthorpe-by-Colsterworth,Inglaterra
Falecimento 31 de março de 1727 (84 anos)
Local Londres
Actividade
Campo(s) Ciência
Orientador(es) Isaac Barrow eBenjamin Pulleyn
Orientado(s) Roger Cotes,[1] William Whiston
Conhecido(a) por Philosophiae Naturalis Principia MathematicaLeis de Newton
Assinatura
Isaac Newton signature.svg

Sir Isaac Newton (Woolsthorpe-by-Colsterworth4 de janeiro de 1643 (no calendário Gregoriano) — Londres31 de março de 1727)[2][nota 1] foi um cientista inglês, mais reconhecido como físico e matemático, embora tenha sido tambémastrônomoalquimistafilósofo natural e teólogo.

Sua obra, Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, é considerada uma das mais influentes na história da ciência. Publicada em 1687, esta obra descreve a lei da gravitação universal e as três leis de Newton, que fundamentaram amecânica clássica.

Mecânica Clássica
Newton - Principia (1687), title, p. 5, color.jpg
Movimento · Energia · Força

[Expandir]Cinemática
[Expandir]Dinâmica
[Expandir]Trabalho e energia mecânica
[Expandir]Sistema de partículas
[Expandir]Colisões
[Expandir]Movimento rotacional
[Expandir]Gravitação
[Esconder]Cientistas
Clairaut · d’Alembert · Euler · Galileu ·Hamilton · Horrocks · Kepler · Lagrange ·Laplace · Newton · Einstein ·Siméon-Denis Poisson
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Ao demonstrar a consistência que havia entre o sistema por si idealizado e as leis de Kepler do movimento dos planetas, foi o primeiro a demonstrar que os movimentos de objetos, tanto na Terra como em outros corpos celestes, são governados pelo mesmo conjunto de leis naturais. O poder unificador e profético de suas leis era centrado na revolução científica, no avanço do heliocentrismo e na difundida noção de que a investigação racional pode revelar o funcionamento mais intrínseco da natureza.

Em uma pesquisa promovida pela Royal Society, Newton foi considerado o cientista que causou maior impacto na história da ciência.[3] De personalidade sóbria, fechada e solitária, para ele, a função da ciência era descobrir leis universais e enunciá-las de forma precisa e racional[4].

Índice

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Primeiros anos

Newton nasceu em 4 de janeiro de 1643 em Woolsthorpe Manor, embora seu nascimento tivesse sido registrado como no dia de Natal, 25 de dezembro de 1642, pois àquela época a Grã-Bretanha usava o calendário juliano. Seu nascimento foi prematuro, não tendo conhecido seu pai, um próspero fazendeiro que também se chamava Isaac Newton e morreu três meses antes de seu nascimento. Sua mãe, Hannah Ayscough Newton, passou a administrar a propriedade rural da família. A situação financeira era estável, e a fazenda garantia um bom rendimento. Com apenas três anos, Newton foi levado para a casa de sua avó materna, Margery Ayscough, onde foi criado, já que sua mãe havia se casado novamente (um pastor chamado Barnabas Smith). O jovem Isaac não havia gostado de seu padrasto e brigou com sua mãe por se casar com ele, como revelado por este registro em uma lista de pecados cometidos até os 19 anos de idade: “Ameaçar meu pai Smith e minha mãe de queimar sua casa com eles dentro.”[5] Tudo leva a crer que o jovem Isaac Newton teve uma infância muito triste e solitária, pois laços afetivos entre ele e seus parentes não são encontrados como algo verdadeiro.

Um ser de personalidade fechada, introspectiva e de temperamento difícil: assim era Newton, que, embora vivesse em uma época em que a tradição dizia que os homens cuidariam dos negócios de toda a família, nunca demonstrou habilidade ou interesse para esses tipos de trabalho. Por outro lado, pensa-se que ele passava horas e horas sozinho, observando as coisas e construindo objetos. Parece que o único romance de que se tem notícia na vida de Newton tenha ocorrido com a senhorita de nome Anne Storer (filha adotiva do farmacêutico e hoteleiro William Clarke), embora isso não seja comprovado.[6]

Os primeiros passos na escola

A partir da idade de aproximadamente doze até que os dezessete anos, Newton foi educado na The King’s School, em Grantham (onde a sua assinatura ainda pode ser vista em cima de um parapeito da janela da biblioteca). Ele foi retirado da escola em outubro de 1659 para viver em Woolsthorpe-by-Colsterworth, onde sua mãe, viúva, agora por uma segunda vez, tentou fazer dele um agricultor; mas ele odiava a agricultura. Henry Stokes, mestre da The King’s School, convenceu sua mãe a mandá-lo de volta à escola para que pudesse completar sua educação.

Especula-se que Newton estudou latimgrego e a Bíblia. Alguns autores destacam a ideia de que era um aluno mediano, até que uma cena de sua vida mudou isso: uma briga com um colega de escola fez com que Newton decidisse ser o melhor aluno de classe e de todo o prédio escolar.

Universidade e resumo das suas realizações

Newton estudou no Trinity College de Cambridge, e graduou-se em 1665. Um dos principais precursores do Iluminismo, seu trabalho científico sofreu forte influência de seu professor e orientador Barrow (desde1663), e de Schooten, VièteJohn WallisDescartes, dos trabalhos de Fermat sobre retas tangentes a curvas; de Cavalieri, das concepções de Galileu Galilei e Johannes Kepler.

Em 1663, formulou o teorema hoje conhecido como Binômio de Newton. Fez suas primeiras hipóteses sobre gravitação universal e escreveu sobre séries infinitas e o que chamou de teoria das fluxões (1665), o embrião do Cálculo Diferencial e Integral.

Por causa da peste negra, o Trinity College foi fechado em 1666 e o cientista foi para casa de sua mãe em Woolsthorpe-by-Colsterworth. Foi neste ano de retiro que construiu quatro de suas principais descobertas: o Teorema Binomial, o cálculo, alei da gravitação universal e a natureza das cores. Construiu o primeiro telescópio de reflexão em 1668, e foi quem primeiro observou o espectro visível que se pode obter pela decomposição da luz solar ao incidir sobre uma das faces de um prismatriangular transparente (ou outro meio de refração ou de difração), atravessando-o e projetando-se sobre um meio ou um anteparo branco, fenômeno este conhecido como dispersão. Optou, então, pela teoria corpuscular de propagação da luz, enunciando-a em (1675) e contrariando a teoria ondulatória de Huygens.

Tornou-se professor de matemática em Cambridge (1669) e entrou para a Royal Society (1672). Sua principal obra foi a publicação Philosophiae Naturalis Principia Mathematica (Princípios matemáticos da filosofia natural – 1687), em três volumes, na qual enunciou a lei da gravitação universal (Vol. 3), generalizando e ampliando as constatações de Kepler, e resumiu suas descobertas, principalmente o cálculo. Essa obra tratou essencialmente sobre física, astronomia e mecânica (leis dos movimentos, movimentos de corpos em meios resistentes, vibrações isotérmicas, velocidade do somdensidade do ar, queda dos corpos na atmosfera, pressão atmosférica, etc.).

De 1687 a 1690, foi membro do parlamento britânico, em representação da Universidade de Cambridge. Em 1696 foi nomeado Warden of the Mint e em 1701 Master of the Mint, dois cargos burocráticos da Casa da Moeda britânica. Foi eleito sócio estrangeiro da Académie des Sciences em 1699 e tornou-se presidente da Royal Society em 1703. Publicou, em Cambridge, Arithmetica universalis (1707), uma espécie de livro-texto sobre identidades matemáticas, análise e geometria, possivelmente escrito muitos anos antes (talvez em 1673).

Contribuições

Óptica

Réplica do telescópio newtoniano.

Entre 1670 e 1672, Newton trabalhou intensamente em problemas relacionados com a óptica e a natureza da luz. Ele demonstrou, de forma clara e precisa, que a luz branca é formada por uma banda de cores (vermelho,laranjaamareloverdeazulanil e violeta) que podiam separar-se por meio de um prisma.

Como resultado de muito estudo, concluiu que qualquer telescópio “refrator” sofreria de uma aberração hoje denominada “aberração cromática”, que consiste na dispersão da luz em diferentes cores ao atravessar umalente. Para evitar esse problema, Newton construiu um “telescópio refletor” (conhecido como telescópio newtoniano). Isaac Newton acreditava que existiam outros tipos de forças entre partículas, conforme diz na obraPrincipia. Essas partículas, capazes de agir à distância, agiam de maneira análoga à força gravitacional entre os corpos celestes. Em 1704, Isaac Newton escreveu a sua obra mais importante sobre a óptica, chamadaOpticks, na qual expõe suas teorias anteriores e a natureza corpuscular da luz, assim como um estudo detalhado sobre fenômenos como refraçãoreflexão e dispersão da luz.

Lei da gravitação universal

O momento culminante da revolução científica foi o descobrimento realizado por Isaac Newton da lei da gravitação universal.
— Bernard Cohen

Com uma lei formulada de maneira simples, Newton procurou explicar os fenômenos físicos mais importantes do universo. A lei da gravitação universal, proposta por Isaac Newton, tem a seguinte expressão matemática:

\vec F_{12} = G \frac {m_{1}m_{2}} {r^{2}}\hat r

onde

F12 é a força, sentida pelo corpo 1 devido ao corpo 2, medida em newtons;
G é constante gravitacional universal, que determina a intensidade da força, G=6,67 \times 10^{-11}\text{Nm}^2/\text{kg}^2;
m 1 e m2 são as massas dos corpos que se atraem entre si, medidas em quilogramas; e
r é a distância entre os dois corpos, medida em metros;
\hat r o versor do vetor que liga o corpo 1 ao corpo 2.
A obra Principia, de Newton.

A constante gravitacional universal foi medida anos mais tarde por Henry Cavendish. A descoberta da lei da gravitação universal se deu em 1685 como resultado de uma série de estudos e trabalhos iniciados muito antes. Em 1679Robert Hookecomunicou-se, por meio de cartas com Newton e os assuntos eram sempre científicos.

Em verdade, foi exatamente em 1684 que Newton informou a seu amigo Edmond Halley de que havia resolvido o problema da força inversamente proporcional ao quadrado da distância. Newton relatou esses cálculos no tratado De Motu e os desenvolveu de forma ampliada no livro Philosophiae naturalis principia mathematica. A gravitação universal é muito mais do que uma força relacionada ao Sol. É também um efeito dos planetas sobre o Sol e sobre todos os objetos do universo. Newton explicou facilmente a partir de sua Terceira Lei da Dinâmica que, se um objeto atrai um segundo objeto, este segundo também pode atrair o primeiro com a mesma força. Concluiu-se que o movimento dos corpos celestes não podiam ser regulares. Para o célebre cientista, que era bastante religioso, a estabilidade das órbitas dos planetas implicava reajustes contínuos sobre suas trajetórias impostas pelo poder divino.

A queda da maçã e a dúvida de Newton

A história mais popular é a da maçã de Newton. Se por um lado essa história seja mito, o fato é que dela surgiu uma grande oportunidade para se investigar mais sobre a Gravitação Universal. Essa história envolve muito humor e reflexão. Muitas charges sugerem que a maçã bateu realmente na cabeça de Newton, quando este se encontrava num jardim, sentado por baixo de uma macieira, e que seu impacto fez com que, de algum modo, ele ficasse ciente da força da gravidade. A pergunta não era se a gravidade existia, mas se ela se estenderia tão longe da Terra que poderia também ser a força que prende a Lua à sua órbita. Newton mostrou que, se a força diminuísse com o quadrado inverso da distância, poderia então calcular corretamente o período orbital da Lua. Ele supôs ainda que a mesma força seria responsável pelo movimento orbital de outros corpos, criando assim o conceito de “gravitação universal”. O escritor contemporâneo William Stukeley e o filósofo Voltaire foram duas personalidades que citaram a tal maçã de Newton em alguns de seus textos.

As três Leis de Newton

Isaac Newton publicou estas leis em 1687, no seu trabalho de três volumes intitulado Philosophiae Naturalis Principia Mathematica. As leis explicavam vários comportamentos relativos ao movimento de objetos físicos e foi um extenso trabalho no qual ele dedicou-se. A forma original na qual as leis foram escritas é a seguinte:

  • Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare.

(Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças imprimidas sobre ele.)

  • Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur.

(A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção da linha reta na qual aquela força é imprimida.)

  • Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi. (A toda ação há sempre oposta uma reação igual, ou, as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a partes opostas.)

Alquimia

O seu primeiro contato com caminhos da alquimia foi através de Isaac Barrow e Henry More, intelectuais de Cambridge. Por volta de 1693, escreveu Praxis, uma obra que sugere uma filosofia que via na natureza algo diferente do que admitiam as filosofias mecanicistas ortodoxas. Newton dedicou muitos de seus esforços aos estudos da alquimia. Escreveu muito sobre esse tema, fato que soube-se muito tarde, já que a alquimia era totalmente ilegal naquela época.

Visão religiosa

O formulador da Lei da gravitação universal teve uma aproximação com um clérigo, o seu próprio padrasto Barnabas Smith, que possuía bacharelado em Oxford. Newton possuía uma extensa biblioteca de teologia e filosofia ao seu dispor, incluindo desde estudos de línguas até todos os tipos de literatura clássica e bíblica, o que pode ter vitalizado seu espírito para inspiradoras abstrações. Adquirindo uma grande fama como cientista, Newton foi influenciado pela política e acabou não se ordenando clérigo, mas permaneceu fiel à sua crença no Universo, embora tenha comportado-se como um bom cristão anglicano, atendendo serviços na capela do Trinity Colege e, mais tarde, em Londres. Iniciou uma série de correspondências com o filósofo John Locke.

Entre suas obras teológicas, destacam-se An Historical Account of Two Notable Corruption of Scriptures, Chronology of Ancient Kingdoms Atended e Observations upon the Prophecies. Algumas das coisas em que ele acreditava eram o tempo, sempre igual para todos os instantes, e os seis mil anos de existência que a Bíblia dá à Terra. Considerava que a mecânica celeste era governada pela gravitação universal e, principalmente, por Deus, sobre o qual relata: “A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isto fica sendo a minha última e mais elevada descoberta.” 

Pontos de vista do fim do mundo

Em um manuscrito que ele escreveu em 1704 no qual ele descreve sua tentativa de extrair informações científicas a partir da Bíblia, ele estima que o mundo não iria terminar antes de 2060.

Em 2007, a Biblioteca Nacional de Israel divulgou três manuscritos atribuídos a Isaac Newton nos quais ele calcula a data aproximada do apocalipse, relacionando profecias com história política e religiosa europeia daquela época. Em um dos manuscritos (datado do início do século XVIII), Newton, por meio de análise dos textos bíblicos do Livro de Daniel (do antigo testamento), conclui que o mundo deveria acabar por volta do ano de 2060, ao escrever “Ele pode acabar além desta data, mas não há razão para acabar antes”. Em outra análise, o cientista interpreta as profecias bíblicas sobre o retorno dos judeus à terra prometida antes do apocalipse. “A ruína das nações más, o fim do choro e de todos os problemas, e o retorno dos judeus ao seu próspero reino”, escreveu.

Em Escatologia, Isaac Newton investiga uma parte da teologia e da filosofia preocupado com o que se acredita ser o apocalipse (último acontecimento na história do mundo, ou o derradeiro destino da humanidade) vulgarmente designado o fim do mundo.

Newton escreveu muitas obras que passariam a ser classificadas como estudos ocultos. Estas obras exploraram o ocultismo, a cronologia, alquimia e escritos bíblicos, propondo-lhes interpretações especialmente do Apocalipse.

O movimento rosa-cruz

A sociedade secreta rosa-cruz,foi possivelmente a que maior influência exerceu sobre Newton. Apesar de o movimento rosa-cruz ter causado uma grande curiosidade entre os acadêmicos europeus durante o século XVII, à época de Newton já havia atingido a maturidade e se tornara algo menos sensacionalista. O movimento teve uma profunda influência sobre Newton, particularmente nas pesquisas sobre alquimia e filosofia.

A crença rosa-cruz de serem especialmente escolhidos para comunicarem-se com os anjos ou espíritos ecoa nas crenças proféticas de Newton. Os rosa-cruzes proclamavam também ter a habilidade de viver para sempre usando o elixir vitae e a habilidade de produzir um sem limite de quantidade de ouro a partir do uso da pedra filosofal, a qual diziam possuir. Tal como Newton, os rosa-cruzes foram profundamente filósofos místicos, declaradamente cristãos e altamente politizados. Newton teve muito interesse nas pesquisas sobre alquimia, mas também nos ensinamentos esotéricos antigos e na crença em indivíduos iluminados com a habilidade de conhecer a natureza, o universo e o reino espiritual.

Ao morrer, a biblioteca de Newton apresentava 169 livros sobre o tópico da alquimia, e acreditava-se que teria consideravelmente mais livros durante os anos de formação em Cambridge, embora possivelmente os tenha vendido antes de mudar-se para Londres em 1696.

Os últimos anos de vida

Sepultura de Newton naabadia de Westminster.

Newton foi respeitado como nenhum outro cientista e sua obra marcou efetivamente uma revolução científica.

Seus estudos foram como chaves que abriram portas para diversas áreas do conhecimento cujo acesso era impossível antes de Newton.

Newton, em seus últimos dias, passou por diversos problemas renais que culminaram com sua morte. No lado mais pessoal, existem biógrafos que afirmam que ele teria morrido virgem.

Na noite de 20 de março de 1727 (calendário juliano) faleceu. Foi enterrado junto a outros célebres homens da Inglaterra na Abadia de Westminster.

A causa provável de sua morte foram complicações relacionadas ao cálculo renal que o afligiu em seus últimos anos de vida.

Seu epitáfio foi escrito pelo poeta Alexander Pope:

Cquote1.svg A natureza e as leis da natureza estavam imersas em trevas; Deus disse “Haja Newton” e tudo se iluminou.
Cquote2.svg

Obras publicadas

Também escreveu sobre os ramos da química, da alquimia, da cronologia e da teologia. Também sobre escoamento em canais, velocidade de ondas superficiais e o deslocamento do som no ar.

 

fonte:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Sir_Isaac_Newton

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Max Weber

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Karl Emil Maximilian Weber

Nascimento 21 de abril de 1864
Erfurt,  Alemanha
Morte 14 de junho de 1920 (56 anos)
Munique,  Alemanha
Nacionalidade Alemã
Cônjuge Marianne Schnitger
Ocupação Juristaeconomista esociólogo
Principais trabalhos Economia e sociedade
A ética protestante e o espírito do capitalismo


Maximilian Karl Emil Weber
 (Erfurt21 de Abril de 1864 — Munique14 de Junho de 1920) foi um intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia. Seu irmão foi o também famoso sociólogo e economistaAlfred Weber. A esposa de Max Weber, Marianne Weber, biógrafa do marido, foi uma das alunas pioneiras na universidade alemã e integrava grupos feministas de seu tempo.

É considerado um dos fundadores do estudo moderno da sociologia, mas sua influência também pode ser sentida na economia, na filosofia, no direito, na ciência política e na administração. Começou sua carreira acadêmica na Universidade Humboldt, em Berlim e, posteriormente, trabalhou na Universidade de Freiburg, na Universidade de Heidelberg, na Universidade de Viena e na Universidade de Munique. Personagem influente na política alemã da época, foi consultor dos negociadores alemães no Tratado de Versalhes (1919) e da Comissão encarregada de redigir a Constituição de Weimar.

Grande parte de seu trabalho como pensador e estudioso foi reservado para o chamado processo de racionalização e desencantamento que provém da sociedade moderna e capitalista. Mas seus estudos também deram contribuição importante para a economia. Sua obra mais famosa é o ensaio A ética protestante e o espírito do capitalismo, com o qual começou suas reflexões sobre a sociologia da religião. Weber argumentou que a religião era uma das razões não-exclusivas do porque as culturas do Ocidente e do Oriente se desenvolveram de formas diversas, e salientou a importância de algumas características específicas do protestantismo ascético, que levou ao nascimento do capitalismo, a burocracia e do estado racional e legal nos países ocidentais. Em outro trabalho importante, A política como vocação, Weber definiu o Estado como “uma entidade que reivindica o monopólio do uso legítimo da força física”, uma definição que se tornou central no estudo da moderna ciência política no Ocidente. Em suas contribuições mais conhecidas são muitas vezes referidas como a “Tese de Weber”.

Seu pai, Sr. Max Weber, público e político liberal; a mãe, Helene Fallenstein, uma calvinista moderada. Max foi o primeiro de sete filhos, incluindo seu irmão Alfred Weber, quatro anos mais jovem, também sociólogo, mas, sobretudo, um economista, que também desenvolveu uma importante sociologia da cultura. A família estimulou intelectualmente os jovens Weber desde a tenra idade.

Em 1882 Max Weber matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Heidelberg, onde seu pai havia estudado, frequentando também cursos de economia política, história e teologia. Em 1884 voltou para casa paterna e se transferiu para a Universidade de Berlim, onde obteve em 1889 o doutorado em Direito e em 1891 a tese de habilitação, ambos com escritos da história do direito e da economia.

Depois de completar estudos jurídicos, econômicos e históricos em várias universidades, se distingue precocemente em algumas pesquisas econômico-sociais com a Verein für Sozialpolitik, a associação fundada em 1873 pelos economistas associados à Escola Histórica Alemã em que Weber já tinha aderido em 1888. Em 1893 casou-se com Marianne Schnitger, mais tarde uma feminista e estudiosa, bem como curadora póstuma das obras de seu marido.

Foi nomeado professor de Economia nas universidades de Freiburg em 1894 e de Heidelberg em 1896. Entre 1897, ano em que seu pai morreu, e 1901 sofreu de uma aguda depressão, de modo que do final de 1898 ao final de 1902 não poderia realizar atividades regulares de ensino ou científicas.

Curado, no Outono de 1903 renunciou ao cargo de professor e aceitou uma posição como diretor-associado do recém-nascido Archiv für und Sozialwissenschaft Sozialpolitik (Arquivos de Ciências Sociais e Política Social), com Edgar Jaffé eWerner Sombart como colegas: nesta revista publicaram em duas partes, em 1904 e 1905, o artigo-chave A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Naquele mesmo ano, visitou os Estados Unidos. Graças a uma enorme renda privada derivada de uma herança em 1907, ainda conseguiu se dedicar livremente e em tempo integral aos seus estudos, passando da economia ao direito, da filosofia à história comparativa e à sociologia, sem ser forçado a retornar à docência. Sua pesquisa científica abordou questões teórico-metodológicas cruciais e tratou complexos estudos histórico-sociológicos sobre a origem da civilização ocidental e seu lugar na história universal.

Durante a Primeira Guerra Mundial, serviu como diretor de hospitais militares de Heidelberg e ao término do conflito, voltou ao ensino da disciplina de economia, primeiro em Viena e em 1919 em Munique, onde dirigiu o primeiro instituto universitário de sociologia na Alemanha. Em 1918 ele estava entre os delegados da Alemanha em Versalhes para a assinatura do tratado de paz e foi conselheiro para os redatores da Constituição da República de Weimar. Encontra-se sepultado em Bergfriedhof de Heidelberg em Baden-Württemberg na Alemanha.[1]

Escritos e obras

Dentre as influências que a obra de Weber manifesta, podemos enxergar também seu diálogo com filósofos como Immanuel Kant e Friedrich Nietzsche e com alguns dos principais sociólogos de seu tempo, como Ferdinand TönniesGeorg Simmel e Werner Sombart, entre outros.

Dentre as principais obras do autor – organizadas postumamente pela sua esposa Marianne Weber – constam os seguintes títulos:

  • 1889: A história das companhias comerciais na idade média
  • 1891: O direito agrário romano e sua significação para o direito público e privado
  • 1895: O Estado Nacional e a Política Econômica
  • 1904: A objetividade do conhecimento na ciência política e na ciência social
  • 1904: A ética protestante e o espírito do capitalismo
  • 1905: A situação da democracia burguesa na Rússia
  • 1905: A transição da Rússia a um regime pseudoconstitucional
  • 1906: As seitas protestantes e o espírito do capitalismo
  • 1913: Sobre algumas categorias da sociologia compreensiva
  • 1917/1920: Ensaios Reunidos de Sociologia da Religião
  • 1917: Parlamento e Governo na Alemanha reordenada
  • 1917: A ciência como vocação
  • 1918: O sentido da neutralidade axiológica nas ciências políticas e sociais
  • 1918: Conferência sobre o Socialismo
  • 1919: A política como vocação
  • 1919: História Geral da Economia
  • 1910/1921: Economia e Sociedade

Dentre seus escritos mais conhecidos destacam-se A ética protestante e o espírito do capitalismo (1904), a obra póstuma Economia e Sociedade (1920), A ciência como vocação (1917) e A política como vocação (1919)[2].

Primeiros trabalhos

Os primeiros textos acadêmicos de Weber estão ligados a trabalhos desenvolvidos em sua formação na estrutura universitária alemã. O primeiro trabalho propriamente dito foi sua tese de doutoramento intitulada A história das companhias comerciais da idade média. Esta tendência para combinar análise jurídica com análise histórica continua com seu próximo trabalho (tese de habilitação), chamado A história agrária romana. Aqui ele analisa a estrutura da propriedade agrária de Roma em sua fase tardia e suas repercussões na legislação pública e privada. Ainda que seja um escrito bastante técnico, ele procura contextualizar sua pesquisa no âmbito histórico, o que já demonstra a preocupação social de suas investigações.

Durante seu período como professor universitário, Weber dedicou-se ao ensino da economia política e de questões agrárias, uma de suas especialidades. Como professor de economia, ele debateu os valores e limite das principais correntes de pensamento de seu tempo: a Escola Histórica de Economia, a Escola Marginalista (predominante na Austria) e a Escola Marxista. Neste período Weber também publicou um texto introdutório chamado “A bolsa”, para divulgar e promover o entendimento do funcionamento econômico do capital financeiro.

A aproximação com os temas sociais está ligada à pesquisa empírica de Weber na região do Leste do rio Elba. Analisando processo migratório de poloneses na fronteira da Alemanha, Weber destacou as tendências da introdução do capitalismo no campo e deu especial atenção às consequências políticas daquele processo. Aplicando diversos questionários e levantando inúmeros dados ele concluiu que o acelerado processo de modernização econômica da Alemanha estava minando a estrutura de poder da classe dirigente: a aristocria agrária (denominada de classeJunker). Tal visão foi especialmente apresentada em uma Aula Inaugural pronunciada em 1895 e denominada O Estado Nacional e a Política Econômica. Neste período Weber notabilizou-se como um dos grandes especialistas de questões e problemas agrários, refletindo sobre as consequências com os reflexos do capitalismo na esfera rural.

Profundamente envolvido com a vida acadêmica, a produção de Weber sofre uma interrupção a partir de 1897. É somente depois desta fase que a produção sociológica de Weber começa a delinear-se.

A objetividade do conhecimento

Em 1903, junto com Werner Sombart e Edgar Jaffé, Weber funda o Arquivo para a Ciência Social e a Ciência Política. No texto que escreveu para a revista, intitulado A objetividade do conhecimento na ciência política e social (de 1904) ele apresentou sua posição na discussão sobre os métodos das ciências econômicas, polêmica que sacudia o mundo universitário da época.

A tradição alemã de filosofia social tinha suas origens em Immanuel Kant. Mas, a tentativa de fundamentar as ciências históricas com o pensamento kantiano só teve início com o trabalho de Wilhelm Dilthey, em 1883. A reivindicação fundamental do seu trabalho foi mostrar o estatuto ontológico diferenciado das ciências históricas e sociais diante das ciências da natureza. Na Alemanha este esforço continuou com os trabalhos de Wilhelm Windelband e Heinrich Rickert. No campo da economia, esta tendência também era representada por Gustav von Schmoller.

Rivalizando com esta escola, os seguidores da visão austríaca de pensamento econômico entendiam que a função das ciências humanas era formular leis que explicassem os fenômenos sociais. Esta posição, chamada de “positivismo” era defendida por Carl Menger.

Max Weber não se enquadrava diretamente em nenhuma destas posições. Com a escola neo-kantiana, ele concorda com o fato de que as ciências humanas lidam com o fenômeno do valor. Só analisamos aqueles elementos da realidade que tem algum sentido para nós, a partir de nossas referências de valor. Tal posição fora retirada por Weber de Heinrich Rickert. Mas, nem por isso ele rejeitava o valor da imputação causal nas ciências humanas, pois eram um instrumento indispensável para a explicação dos mecanismos de entendimento da vida social. Em síntese, Weber propunha a unificação das ciências humanas integrando a “verstehen” (compreensão) e a “erklären” (explicação) em uma visão unitária de ciência[3].

O principal problema desta posição, contudo, é que elas colocavam em questão o valor objetivo da ciência. Weber reconheceu que toda pesquisa tem um ponto de partida subjetivo (ligado a referência de valor do pesquisador), mas entendeu que este dado não destruía a objetividade da ciência. O valor cognitivo da ciência social reside na sua capacidade de controlar a pesquisa mediante métodos sistemáticos e padronizados de trabalho. O ponto de partida da investigação até pode ser subjetivo, mas seu ponto de chegada deverá se rigorosamente objetivo.

Alicerçado na noção kantiana de “”a priori””, Weber também desenvolveu a noção de “tipo ideal” . Tal conceito mostra que as categorias da ciência social são uma construção subjetiva do pesquisador, feita a partir de seus interesses. Como tais, eles selecionam na realidade, sempre complexa e caótica, certos elementos que serão aglutinados como um tipo idealmente perfeito. Conceitos não emanam diretamente da realidade (visão hegeliana), nem são formados apenas por abstração de elementos comuns e genéricos (visão aristotélica), pois eles implicam acentuar determinados elementos para que eles possam ser compreendidos. Trata-se de reunir o caos inesgotável da realidade em conceito compreensíveis.

Ainda que Weber não tenha defendido uma visão rigorosamente dualista da ciência, o escrito “A objetividade do conhecimento na ciência política e na ciência social” constitui ainda hoje o principal texto para quem defende uma visão não naturalista de ciência, ou seja, que defende a tese de que as ciências humanas são essencialmente diferenciadas das demais ciências de corte empírico-natural[4].

A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo

A ética protestante e o ‘espírito’ do capitalismo[1] é considerada a grande obra de Max Weber e é o seu texto mais lido e conhecido. A primeira parte desta obra foi publicada em 1904 e a segunda veio a público em 1905, depois da viagem do autor e de sua esposa aos Estados Unidos.

A temática das relações entre religião e capitalismo foi uma questão central do pensamento social alemão. Do ponto de vista da análise do capitalismo, o estudo de Weber foi precedido pela obra de Georg Simmel – A filosofia do dinheiro (1900) -, sem esquecer do escrito de Karl Marx, intitulado O Capital (1867). Dois anos antes da publicação do livro de Weber, seu colega Werner Sombart também publicou um livro sobre esse problema, intitulado O capitalismo moderno (1902) . Neste criativo e rico espírito acadêmico, Weber procurou mostrar que o protestantismo de caráter ascético dos séculos XVI e XVII tinha um influxo direto com o conceito de vocação profissional, base motivacional do moderno sistema econômico capitalista. Vejamos como a tese do livro é apresentada.

No capítulo introdutório, Weber mostra a preferência educacional dos católicos por uma formação humanista, enquanto os protestantes preferiam formação técnica. Ao mesmo tempo, mostrou as diferenças profissionais entre ambos os segmentos. Weber rejeita a explicação (superficial e aparente) de que a espiritualidade católica, fundada no ascetismo, predisporia o indivíduo para o estranhamento do mundo e, desta forma, para a indiferença para com os bens deste mundo; enquanto os protestantes seriam materialistas. Alega que os puritanos se caracterizavam pelo oposto da alegria para com o mundo. Ao contrário, ele sugere que há um íntimo parentesco entre estranhamento do mundo, ascese e participação na vida aquisitiva.

O capítulo posterior trata do objeto da pesquisa, ou seja, é neste momento que ele desenvolve o tipo ideal de “espírito do capitalismo”, entendido como uma individualidade histórica. Tomando como exemplo máximas colhidas de escritos de Benjamin Franklin, tais como “tempo é dinheiro” ou “dinheiro gera mais dinheiro” ou ainda “o bom pagador é dono da bolsa alheia”, Weber mostra que o espírito do capitalismo não é caracterizado pela busca desenfreada do prazer e pela busca do dinheiro por si mesmo. O espírito do capitalismo deve ser entendido como uma ética de vida, uma orientação na qual o indivíduo vê a dedicação ao trabalho e a busca metódica da riqueza como um dever moral. Weber acentua claramente que o ‘espírito’ do capitalismo não deve ser confundido com a ‘forma’ do capitalismo. Por forma, Weber entende o capitalismo enquanto sistema econômico, cujo centro é representado pela empresa capitalista, reunião de meios de produção, trabalho organizado e gestão racional. Ele esclarece que as variáveis tratadas no seu livro tem a ver com a moral protestante e a dimensão atitudinal (habitus) que serve de base ao sistema. O espírito do capitalismo só pôde triunfar ao vencer as formas tradicionalistas de comportamento econômico.

Passo seguinte, ele dedicou-se a analisar a contribuição do luteranismo. Na tradução de Martinho Lutero, ao contrário da concepção católica, “vocação” deixa de ter o sentido de um chamado para a vida religiosa ou sacerdotal e passa a ter o sentido do chamado de Deus para o exercício da profissão no mundo do trabalho. Com Lutero o ascetismo praticado pelos monges fora do mundo é transferido das celas dos mosteiros para o mundo secular, nasce daí o ascetismo intramundano. Todavia, o próprio Max Weber reconheceu que o luteranismo ainda possui uma visão tradicionalista da vida econômica: apesar da ênfase no trabalho, a vida aquisitiva ainda não possui um valor em si mesma e o indivíduo está acomodado no seu círculo social.

Após, Weber destaca que o ponto de partida da ética econômica subjacente ao capitalismo está no protestantismo pós-luterano, nas chamadas igrejas e seitas do protestantismo ascético, tanto na sua versão calvinista (derivada de João Calvino) quanto anabatista. Do calvinismo emana a célebre tese da predestinação, dogma que afirma que apenas Deus escolhe – independente dos méritos do indivíduo – quem será salvo e quem será condenado. Diante da angústia religiosa sofrida pelo indivíduo, o trabalho e o sucesso na vida econômica surgem como compromissos do crente e como indícios (embora não meio) de certeza da salvação. Apesar desta rígida tese estar atenuada no pietismo e no metodismo, que são mais sentimentais, nas igrejas de origem calvinista a riqueza recebe uma sanção positiva da esfera religiosa. O mesmo processo pode ser verificado no âmbito das seitas que surgem do movimento anabatista (rebatizados) – como os batistasmenonitas e quakers, por exemplo – que, organizados em forma de seita, estimulam uma vida ordenada, disciplina e regida por rígidas normas éticas.

Analisando todo o processo em seu conjunto, Weber verifica que dos dogmas e, em especial, dos impulsos morais do protestantismo, derivados após a reforma de Lutero, surge uma forma de vida de caráter metódico, disciplinado e racional. Da base moral do protestantismo surge não só a valorização religiosa do trabalho e da riqueza, mas também uma forma de vida que submete toda a existência do indivíduo a uma lógica férrea e coerente: uma personalidade sistemática e ordenada. Sem estes impulsos morais não seria possível compreender a ideia de vocação profissional, concepção que subjaz as figuras modernas do operário e do empresário. A moral específica dos círculos protestantes possuem uma relação de afinidade eletiva com o comportamento (espírito) que subjaz ao sistema econômico moderno e, ainda que este não derive apenas deste fator,trata-se de um impulso vital para o entendimento do mundo moderno contemporâneo.

No final da Ética Protestante, Weber destaca que, apesar de secularizada, ou seja, desprovida de fundamentos religiosos, a vida aquisitiva da economia moderna generalizou-se para todo conjunto da vida social: os puritanos queriam tornar-se monges, hoje todos temos que segui-los. Esta avaliação também ganha contornos críticos, pois Weber constata que a lógica da produção, do trabalho e da riqueza envolve o mundo moderno como uma “jaula de ferro” e se pergunta qual o destino dos tempos modernos: o ressurgimento de velhas ideias ou profecias ou uma realidade petrificada, até que a última tonelada de carvão fóssil seja queimada? Em tons que lembram Nietzsche, ele dirá ainda sobre os homens dos tempos atuais: especialistas sem espírito, gozadores sem coração!

Esta visão crítica do capitalismo encorajou certos pensadores marxistas (como Georg LukácsKarl LöwithMichael Löwy a ressaltarem algumas afinidades do seu pensamento com a visão marxista, corrente que, sem menosprezar as sensíveis diferenças entre as duas formas de pensamento, foi sendo denominada de webero-marxismo[2].No entanto, diferente da visão marxista, que privilegia apenas os fatores econômicos, Weber, coerente com uma visão multicausal dos fenômenos sociais, destaca seus fatores culturais e, mais tarde, enfatizará também a importância dos fatores materiais no surgimento das instituições modernas[6].

A ética econômica das religiões mundiais

Após a década de 1910, os estudos de Weber na área da sociologia religiosa foram ampliados e ele passou a aprofundar seu conhecimento das religiões de caráter universal. Ao contrário de Durkheim, que partiu das religiões primitivas (totemismo), Weber dedica-se à análise do confucionismo e do taoísmo, do hinduísmo e do budismo, do islamismo e da religião judaica, ou seja, dos grandes sistemas religiosos da humanidade. Conforme ele esclarece no Prólogo (Vorbemerkung) escrito para introduzir, em termos globais, seus “Ensaios Reunidos de Sociologia da Religião“, seu objetivo primordial consiste em entender os fenômenos centrais do racionalismo ocidental, como a ciência, a técnica, a universidade, a contabilidade, o direito, a gestão racional das empresas, a música, o Estado Burocrático e, em especial, o capitalismo moderno. Conforme explicou sua esposa Marinne Weber, a descoberta da especificidade do racionalismo moderno foi a grande inovação sociológica de Weber e ele procurou desvendar suas origens e características, destacando o papel da religião neste processo.

Introdução O estudo de Weber dedicado às religiões universais possui um escrito preliminar de caráter metodológico, no qual ele explica que, diferente do que fez na pesquisa sobre o protestantismo (em que contemplou apenas um lado da relação causal entre ideias e interesses), nestes estudos ele mostraria a vinculação existente entre fatores materiais e fatores ideais nos processos sociais. Por isso, ao analisar os grandes sistemas religiosos e suas diferentes teodicéias, ele levaria em conta também os interesses e o papel de suas principais camadas portadoras, sejam elas populares (camadas urbanas, rurais, etc.), sejam elites políticas (burocracias), religiosas (sacerdotes) ou mesmo guerreiros.

A religião da China O primeiro grande sistema analisado por Weber é a milenar civilização chinesa. Ele revisa os pressupostos econômicos e político do mundo chinês, o papel do imperador e das províncias e, em especial, a função dos mandarins (burocratas), o que introduz um caráter ritualista e tradicional no confucionismo, voltado para a culto dos antepassados familiares e do imperador: o universo é entendido como uma ordem eterna – Tao – que não pode ser contestada e ao qual o indivíduo se adapta. Na China desenvolveu-se uma tendência mística chamadataoísmo, cujo fundador é Lao-Tsé, mas que foi tragada pela poderosa força da magia, razão pela qual a religião chinesa ficou imersa em um jardim mágico. Desta forma, ele não desenvolveu um potencial de racionalização prática das condutas.

Consideraçâo Intermediária Após analisar a religião chinesa, Weber passa ao exame das religiões de salvação, nas quais existe uma relação de tensão com o mundo: daí a necessidade de um texto intermediário que explique as diferenças entre o misticicismo (predominante do mundo oriental) e o ascetismo (predominante no mundo ocidental. Neste texto ele também examina as tensões entre a ordem religiosa (regida por normas) e as ordens sociais do mundo moderno que são regidas por uma racionalidade formal e que, portanto, possuem sua legalidade própria. As esferas analisadas por Weber são a economia, a política, a arte, o erotismo e a ciência.

A religião da Índia O sistema de castas vigente na Índia demonstra que também se trata de uma religião – chamada de hinduísmo – com fortes elementos tradicionais. As castas criam uma ordem hierárquica, no topo da qual estão os sacerdotes brahmanes, seguidos pelos guerreiros, depois os comerciantes e agricultores e, por fim, os demais trabalhadores. O intercâmbio entre os grupos sociais não é permitido e a única forma de evoluir na escala social é a roda das encarnações. O caráter sagrado das castas indianas foi rompido pela pregação de Buda. O Budismoconservou a ideia de reencarnação, mas ela se torna completamente individual e voltada para a dissolução do eu. Tal crença difundiu-se por todo Oriente e constitui a grande matriz dos sistemas religiosos orientais, que possuem um componenente acentuadamente místico.

O Judaísmo Antigo O grande processo de desencantamento religioso do mundo, ou seja, a eliminação da magia como meio de salvação, tem aqui o seu ponto de partida. O judaísmo é uma religião pária, ou seja, há um vínculo exclusivo entre o povo eleito e seu Deus Javé, isolando a religião judaica do contexto social mais amplo. A elaboração de uma lei sacerdotal, sistematizada pelos levitas e a pregação dos profetas, exigindo o cumprimento das normas, abriu caminho para uma religião de caráter prático e ético, expurgando o papel das crenças mágicas no sistema religioso. O judaísmo foi a fonte do racionalismo prático da dominação do mundo que permeia o mundo ocidental e suas diferentes instituições sociais.

Economia e Sociedade

Em 1913, Weber publicou um escrito intitulado “Sobre algumas categorias da sociologia compreensiva”, primeiro esboço de seu método sociológico. Ele continuou a trabalhar sua visão de sociologia durante os próximos anos em escrito encomendado para uma ampla coleção de textos econômicos e que, por esta razão, recebeu o nome de “Economia e Sociedade“. Weber trabalhou neste volume até o final de sua vida, mas ele só foi publicado postumamente por sua esposa, Marianne Weber. A versão mais conhecida deste volume póstumo e a quarta edição, organizada por Johannes Winckelmann, em 1956

No primeiro capítulo desta obra, aparece como conceito fundante da teoria sociológica de Weber a categoria ação, considerado por ele o objeto da sociologia. A ação é um comportamento humano ao qual os indivíduos vinculam um significado subjetivo e a ação é social quando está relacionada com outro indivíduo. A análise da teoria weberiana como ciência tem como ponto de partida a distinção entre quatro tipos de ação social:

  • A ação racional com relação a um objetivo é determinada por expectativas no comportamento tanto de objetos do mundo exterior como de outros homens e utiliza essas expectativas como condições ou meios para alcance de fins próprios racionalmente avaliados e perseguidos. É uma ação concreta que tem um fim especifico, por exemplo: o engenheiro que constrói uma ponte.
  • A ação racional com relação a um valor é aquela definida pela crença consciente no valor – interpretável como éticoestéticoreligioso ou qualquer outra forma – absoluto de uma determinada conduta. O ator age racionalmente aceitando todos os riscos, não para obter um resultado exterior, mas para permanecer fiel a sua honra, qual seja, à sua crença consciente no valor, por exemplo, um capitão que afunda com o seu navio.
  • A ação afetiva é aquela ditada pelo estado de consciência ou humor do sujeito, é definida por uma reação emocional do ator em determinadas circunstâncias e não em relação a um objetivo ou a um sistema de valor, por exemplo, a mãe quando bate em seu filho por se comportar mal.
  • A ação tradicional é aquela ditada pelos hábitoscostumes, crenças transformadas numa segunda natureza, para agir conforme a tradição o ator não precisa conceber um objeto, ou um valor nem ser impelido por uma emoção, obedece a reflexos adquiridos pela prática.

Na ótica weberiana, a sociologia é essencialmente hermenêutica, ou seja, ela está em busca do significado e dos motivos últimos que os próprios indivíduos atribuem as suas ações: é neste sentido que a sociologia é sempre “compreensiva” (verstehen). O principal objetivo de Weber é compreender o sentido que cada pessoa dá a sua conduta e perceber assim a sua estrutura inteligível e não a análise das instituições sociais como propunha Durkheim. A análise weberiana propõe que se deve compreender, interpretar e explicar respectivamente, o significado, a organização e o sentido, bem como evidenciar regularidade das condutas. Cabe a sociologia entender como acontecem e se estabilizam as relações sociais, os grupos organizados e as estruturas coletivas da vida social.

Com este pensamento, não possuía a ideia de negar a existência ou a importância dos fenômenos sociais globais, dando importância à necessidade de entender as intenções e motivações dos indivíduos que vivenciam essas situações sociais. Ou seja, a sua ideia é que a sociedade como totalidade social é o resultado das formas de relação entre seus sujeitos constituintes. Tomando como ponto de partida da compreensão da vida social o papel do sujeito, a teoria de Max Weber é denominada individualismo metodológico.

1. Sociologia Econômica Durante a maior parte de sua vida acadêmica, Max Weber foi docente de disciplinas da área econômica. Aliás, seu último livro, um conjunto de notas de aula publicados por seus alunos, chama-se justamente História Geral da Economia. Desta forma, não é surpresa que Weber elabore uma sofisticada abordagem sociológica da vida econômica. Por esta razão, há até teóricos que defendem que, em última instância, toda obra de Weber não passa de uma teoria econômica, qual seja, uma visão sócio-histórica da vida aquisitiva.

Na sua primeira fase, seguindo a tradição marxista, Weber tendia a ver o capitalismo como um fenômeno específicamente moderno. Já em sua ” Ética Protestante” (de 1904), apesar de colocar em relevo os fatores culturais da gênese da conduta capitalista, era esta visão que predominava. Mas, nas décadas seguintes, ele romperá com estas noções. Em primeiro lugar, ele insere o capitalismo (na sua fase “moderna”) em um amplo processo de racionalização da cultura e da sociedade. Ou seja, enquanto fênômeno social, o capitalismo é uma das expressões da vida racionalizada da modernidade Ocidental e é similar, em sua forma racional, ao campo da política, do direito, da ciência, etc. Outra mudança importante é que Weber rompe com a definição marxista de que o capitalismo é um fenômeno exclusivo da era moderna: daí a expressão capitalismo “moderno”. Para Weber, o capitalismo é um fenômeno que atravessa a história, pois a busca do lucro já pode ser localizada nas sociedades primitivas e antigas, nas grandes civilizações e mesmo nas sociedade não-ocidentais. O núcleo estruturante da atividade capitalista é a”empresa”, pois a separação da esfera individual da esfera impessoal da produção permite a racionalização da organização do trabalho e mesmo das atividades de gestão destas organizãções.

Com base nestas premissas, Weber construiu diferentes tipos ideais de capitalismo, como a capitalismo aventureiro, o capitalismo de Estado, o capitalismo mercantil, capitalismo comercial, etc.

As principais análises de Weber sobre o campo econômico podem ser encontradas no segundo capítulo de Economia e Sociedade, tópico em que ele discute a ordem social econômica. Ali ele destaca que o processo de racionalização da atividade econômica também envolve a passagem de uma racionalidade material – na qual a vida econômica está submetida a valores de ordem ética ou política – para uma racionalidade formal, ou seja, na qual a lógica impessoal das atividades econômicase e lucrativas se torna predominante.

Por estas razões, Max Weber é considerado, atualmente, um dos precursores da sociologia econômica, conjunto de autores que se recusa a entender a vida econômica como relacionada apenas com o mercado, concebido de forma abstrata, separado de suas condições históricas, culturais e sociais.

2. Sociologia Política Max Weber desenvolveu um importante trabalho de sociologia política através da sua teoria dos tipos de dominação[8]Dominação é a possibilidade de um determinado grupo se submeter a um determinado mandato. Isso pode acontecer por motivos diversos, como costumes e tradição. Weber define três tipos de dominação que se distinguem pelo caráter da dominação (pessoal ou impessoal) e, principalmente, pela diferença nos fundamentos da legitimidade. São elas: legal, tradicional e carismática.

  • Dominação legal: a obediência está fundamentada na vigência e aceitação da validade intrínseca das normas e seu quadro administrativo é mais bem representado pela burocracia. A ideia principal da dominação legal é que deve existir um estatuto que pode ou criar ou modificar normas, desde que esse processo seja legal e de forma previamente estabelecido. Nessa forma de dominação, o dominado obedece à regra, e não à pessoa em si, independente do pessoal, ele obedece ao dominante que possui tal autoridade devido a uma regra que lhe deu legitimidade para ocupar este posto, ou seja, ele só pode exercer a dominação dentro dos limites pré-estabelecidos. Assim o poder é totalmente impessoal, onde se obedece à regra estatuída e não à administração pessoal. Como exemplo do uso da dominação legal podemos citar o Estado Moderno, o município, uma empresa capitalista privada e qualquer outra organização em que haja uma hierarquia organizada e regulamentada. A forma mais pura de dominação legal é a burocracia[9].
  • Dominação tradicional: Se dá pela crença na santidade de quem dá a ordem e de suas ordenações, sua ordem mais pura se dá pela autoridade patriarcal onde o senhor ordena e os súditos obedecem e na forma administrativa isso se dá pela forma dos servidores. O ordenamento é fixado pela tradição e sua violação seria um afronto à legitimidade da autoridade. Os servidores são totalmente dependentes do senhor e ganham seus cargos seja por privilégios ou concessões feitas pelo senhor, não há um estatuto e o senhor pode agir com livre arbítrio.
  • Dominação carismática: nesta forma de dominação os dominados obedecem a um senhor em virtude do seu carisma ou seja, das qualidades execpcionais que lhe conferem especial poder de mando. A palavra carisma é de inspiração religiosa e, no contexto cristão, lembra os dons conferidos pelo Espírito Santo aos cristãos. A palavra foi reinterpretada em sentido sociológico como dons e carismas do próprio indivíduo e, foi nesta forma que Weber a adotou. Weber considerou o carisma uma força revolucionária na história, pois ele tinha o poder de romper as formas normais de exercício do poder. Por outro lado, a confiança dos dominados no carisma do líder é volúvel e esta forma de dominação tende para a via tradicional ou legal.

A tipologia weberiana das formas de poder político diferente claramente da tradição clássica, orientada pela discussão da teoria das formas de governo, oriunda do mundo antigo (Platão e Aristóteles). Filiado à tradição realista de pensamento, Weber também rejeita os pressupostos normativos e éticos da teoria do poder e procura descrevê-lo em suas formas efetivas de exercício. Ao demonstrar que o exercício do poder envolve a necessidade de legitimação da ordem política e, ao mesmo tempo, sua institucionalização por meio de um quadro administrativo, Weber apresentou os fundamentos básicos da sociologia política da era contemporânea.

Além de uma rigorosa e sistemática sociologia política – alicerçada em seus tipos de dominação – Max Weber foi um dos mais argutos analistas da política alemã, que analisou durante o Segundo Império Alemão e durante os anos iniciais da República de Weimar. Crítico da política deBismarck, líder que, ao monopolizar o poder, deixou a nação sem qualquer nível de sofisticação política, Weber sempre apontou a necessidade de reconstrução da liderança política. No escrito O Estado Nacional e a Política Econômica, de 1895, já mostrava como as diferentes classes sociais não se mostravam aptar a dirigir a nação, seja pela sua decadência social (caso dos Junkers), seja pela sua imaturidade política (caso da burguesia e do proletariado)[10].

3. Sociologia da estratificação social Estratificação social é a área da sociologia que se ocupa da pesquisa sobre a posição dos indivíduos na sociedade e explicitação dos mecanismos que geram as distinções sociais entre os indivíduos. Ao contrário de Marx, que explicava estas diferenças apenas com base em fatores econômicos, Weber mostrou que as hierarquias e distinções sociais obedecem à lógicas diferentes na esfera econômica, social e política. Sob o aspecto econômico as classes sociais são diferenciadas conforme as chances de oportunidades de vida, escalonando os indivíduos em grupos positiva ou negativamente privilegiados. Do ponto de vista social, indivíduos e agrupamentos sociais são valorizados conforme atributos de valor, dando origens a diversos tipos de grupos de status. Diferente também é a lógica do poder, em que os indivíduos agregam-se em diferentes partidos políticos. A análise weberiana demonstra que existem diferentes mecanismos sociais de distribuição dos bens sociais, como a riqueza (classe), a honra ou prestígio social (grupos de status) e o poder (partidos) e que cada um deles cria diferentes tipos de ordenamento, hierarquização e diferenciação social.

4. Sociologia do Direito Jurista de formação, a análise da esfera jurídica não ficou de fora das preocupações de Max Weber[11]. Ele dedicou um amplo capítulo de Economia e Sociedade a este tema. O pano de fundo de toda sua reflexão sobre a esfera das normas jurídicas é a tese da racionalização da vida social, da qual o próprio direito é uma das expressões. Ao compreender historicamente a evolução do direito, Weber destaca o crescente processo de racionalização que lhe é inerente.

A racionalização do direito pode ser compreendida a partir de duas variáveis: seu caráter material ou formal ou seu caráter racional e irracional. São racionais todas as formas de legislação que seguem padrões fixos, ao contrário do caráter aleatório dos métodos irracionais. Por outro lado, o conteúdo do direito pode ser determinado por valores concretos, especialmente de caráter ético, ou obedecer a critérios de ordem interna, ligados a sistemática e ao processo jurídico em si mesmo, ou seja, a sua forma.

A apreciação weberiana do setor jurídico da vida social não se dedica apenas a entender esta esfera de forma isolada. O direito possui uma ligação direta tanto com a ordem política quanto com a ordem econômica. A evolução do direito formal é um aspecto essencial do progressivo processo de burocratização do Estado, bem como a estabilidade das normas jurídicas foi fundamental para a consolidação de uma economia de mercado, pois esta requer uma ordem de obrigações previsível. Direito, economia e política são ordens sociais de vida que estão conectados e entrelaçados de forma direta.

Como teórico da evolução sócio-histórica do direito, Weber é um dos precursores do chamado direito positivista, pois ele concebia o direito formal como a forma mais avançada historicamente do sistema jurídico. Desta forma, Max Weber está na raiz de importantes teóricos como o próprioHans Kelsen, por exemplo, condiderado o maior teórico do positivismo jurídico.

Neutralidade axiológica

Nos anos finais de sua carreira, uma nova discussão dividiu os membros da intelectualidade alemã no campo das ciências humanas: o papel dos valores na atividade científica. Para os partidários mais antigos da Escola Alemã de Economia, a ciência social deveria ser uma atividade orientada para a defesa de pontos de vista fundamentados em normas, capazes de orientar a política estatal e governamental. Para os membros mais jovens da escola econômica alemã, ao contrário, a ciência não poderia ser a base para a escolha de valores que, em última instância, são escolha dos próprios indivíduos.

Max Weber era partidário desta segunda posição e a defendeu no escrito intitulado O sentido da neutralidade axiológica nas ciências políticas e sociais. Embora a atividade científica esteja intrinsecamente ligada ao mundo dos valores – pois toda pesquisa nasce das escolhas pessoais do pesquisador – a autoridade da ciência não pode ser invocada para impor valores aos indivíduos. Na visão weberiana, a modernidade está atravessada por um conflito valorativo irredutível – a guerra dos deuses e o politeísmo de valores -. Seguindo a orientação neo-kantiana, Weber isola doSein do Sollen – ou seja, diferencia a dimensão do ser da dimensão do dever ser – e entende que teoria e prática são domínios separados. Na pesquisa social, o cientista deve isolar seus pontos de vista subjetivos – seus juízos de valor – e orientar-se pela exposição dos fatos, qual seja, deve expor juízos de fato. A ciência social deve estar livre de juízos de valores (Wertfreiheit).

Separar pensamento e ação, contudo, não implica sacrificar o caráter crítico da atividade científica. Ao cientista social cabe mostrar a íntima vinculação de meios e fins, mostrando como os fins determinam a escolha dos meios e, no sentido inverso, certos meios assentam-se em juízos valorativos. Sem aderir a uma posição positivista (que sobredetermina a dimensão da teoria) ou a uma posição marxista (que sobredetermina a dimensão da prática), a ciência social na ótica weberiana respeita a autonomia da dimensão do saber e do fazer sem perder o caráter crítico do conhecimento científico-social.

A ciência como vocação

As análises de Weber também contemplam o papel do conhecimento científico no mundo moderno. Na famosa conferência A ciência como vocação[4], pronunciada em 7 de novembro de 1917, em Munique, o pensador entendeu que a ciência era um dos fatores fundamentais do processo de desencantamento do mundo.

Ele comparou a situação da universidade alemã com a realidade dos Estados Unidos e advertiu seus ouvintes de que no futuro haveria um processo de americanização da vida universitária, que seria cada vez mais parecida com empresas estatais: professores assalariados e separação entre o produtor e os meios de produção. De qualquer forma, a vida do cientista e suas suas chances de promoção profissional ainda são bastante determinadas pelo papel do acaso e da contingência. Ao mesmo tempo, os acadêmicos acabam sendo pressionados para conciliar a difícil vocação para a pesquisa e para o ensino, o que abre espaço para demagogos e diletantes.

Do ponto de vista pessoal, ele ressaltou que a vocação científica exige dedicação: quem não se especializa em alguma área jamais pode almejar sucesso. Contudo, mais do que dedicação, a vocação para a ciência também exige paixão (dedicação à causa) e, além disso, inspiração para fazer uma obra relevante. Somente quem vive voltado para a ciência pode ser chamado uma personalidade.

Do ponto de vista sociológico, Weber mostrou que a ciência faz parte de um processo histórico geral de racionalização e intelectualização da vida. Através da visão científica, a realidade é expurgada de seus elementos mágicos e o sentido último da realidade é retirado do mundo, ficando a cargo das religiões ou da própria consciência do indivíduo. Muitos autores apontam neste escrito os ecos da tese da morte de Deus, apresentada pelo filósofo Friedrich Nietzsche. Para Weber, a modernidade achava-se dilacerada por um conflito de valores – na linguagem de Weber, pela guerra dos deuses – e a escolha do sentido último da vida era uma responsabilidade pessoal que não poderia ser credita à ciência. Ao saber científico cabe a explicação dos mecanismos de funcionamento do mundo, e não a determinação do ser verdadeiro, da verdadeira arte, da verdadeira natureza, do verdadeiro Deus ou mesmo da verdadeira felicidade.

Mas, apesar de retirar o sentido último do mundo, Weber destacou que a ciência contribui com a vida do indivíduo, ao oferecer-lhe meios de domínio prático da realidade, a capacidade de avaliar meios e fins e, acima de tudo, clareza: ou seja, meios para pensar de forma lógica, sistemática e clara.

O destino de nosso tempo é marcado pela intelectualização e pelo desencantamento do mundo. Diante desta realidade, cabe ao indivíduo escolher se quer permanecer imerso na esfera religiosa (o que exige o sacrifício do intelecto) ou se prefere arcar com as consequências de uma visão científica do mundo, na qual não existe qualquer sentido último para a vida, o mundo e o indivíduo. No mundo desencantando, o indivído deve dedicar-se às tarefas do dia e assumir suas responsabilidades diante da vida: esta é a única forma de dar sentido à própria existência.

Seguidores

Dentre os principais teóricos influenciados pelo pensamento weberiano, podemos citar:

Nos Estados Unidos, algumas obras de Weber foram traduzidas já na década de 30, pelo eminente sociólogo Talcott Parsons. Este pensador também incorporou algumas ideias weberianas em sua “teoria voluntarista da ação” (desenvolvida em 1937). Nas décadas posteriores, contudo, a leitura parsoniana de Weber foi sendo fortemente criticada, com destaque para a coletânea de textos existentes em From Max Weber (1946), organizada por Charles Wright Mills e Hans Gerth. Na França, o pensamento weberiano foi difundido por Raymond Aron e Julien Freund e, mais recentemente, uma estudiosa destacada é Catherine Colliot-Thélene.Na Alemanha, Jürgen Habermas concede a Weber um papel fundamental em sua “Teoria da ação comunicativa”, descrevendo a sociologia weberiana da racionalização. Outro comentador especializado e com muitas obras dedicadas ao tema é Wolfgang Schluchter.

No Brasil, além de autores clássicos como Sérgio Buarque de Holanda e Raymundo Faoro, o pensamento weberiano é descrito por estudiosos como Gabriel CohnMaurício TragtenbergJosé Guilherme Merquior e, atualmente, Antônio Flávio Pierucci e Jessé Souza.

Cronologia

  • 21 de Abril de 1864 – Max Weber nasce em Erfurt. Os pais são o jurista e mais tarde deputado do parlamento imperial (Reichstag) pelo partido nacional-liberal, Max Weber e Helene (nascida na família Fallenstein)
  • 1882 – 1886 – estudos de Direito, Economia Nacional, Filosofia e História
  • 1889 – doutoramento em Direito
  • 1892 – habilitação em direito canónico romano e direito comercial (em Berlim)
  • 1893 – obteve uma posição temporária na Universidade de Berlim. Casamento com Marianne Schnitger (1870 – 1954), que será mais tarde activista pelos direitos da mulher e socióloga
  • 1894 – assume a posição de professor de Economia na Universidade de Freiburg
  • 1897 – professor de Economia Nacional na Universidade de Heidelberg
  • 1898 – em virtude de uma crise familiar, Weber sofre um colapso nervoso e abandona o trabalho académico, sendo internado periodicamente até 1903
  • 1904 – regressa à actividade profissional. Actividade redactorial no jornal “Archiv für Sozialwissenschaft und Sozialpolitik”, que se tornou o jornal líder da ciência social alemã. Weber fez neste ano uma viagem aos Estados Unidos, onde deu aulas
  • 1907 – recebe uma herança que o liberta de quaisquer preocupações financeiras
  • 1909 – é cofundador da sociedade Alemã de Sociologia
  • 1914 – 1918 – Primeira guerra mundial, em 1914, Weber acolhe entusiasticamente o início da Guerra (um nacionalismo militarista muito comum na altura, partilhado entre outros por Thomas Mann). Inscreveu-se como voluntário no exército (Reichswehr). Em 1915 mudou de ideias, tornando-se um pacifista
  • 1917 – nos Colóquios de Lauenstein apela à continuação da guerra, ao mesmo tempo defendendo o retorno ao parlamentarismo
  • 1918 – cofundador do partido democrático alemão (Deutsch-Demokratische Partei; o DDP)
  • 1919 – convocado como conselheiro para a delegação alemã na conferência do Tratado de Versalhes. Foi também nomeado professor de economia nacional na Universidade de Munique
  • 14 de Junho de 1920 – morre em Munique vítima de uma pneumonia.

fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Weber

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Alexandre o Grande

imagesCAQ56490Alexandre III da Macedônia, dito o Grande ou Magno (em gregoΑλέξανδρος o Τρίτος o ΜακεδώνAléxandros ho Trítos ho MakedónΑλέξανδρος ο ΜέγαςAléxandros ho Mégas ou Μέγας ΑλέξανδροςMégas Aléxandros]Pela (ou em Vergina), 20 de julho de 356 a.C. — Babilônia10 de junho de 323 a.C.) foi um príncipe e rei da Macedônia, e um dos três filhos do rei Filipe II e de Olímpia do Épiro – uma fiel mística e ardente dodeus grego Dioniso.

Alexandre foi o mais célebre conquistador do mundo antigo. Em sua juventude, teve como preceptor o filósofo Aristóteles. Tornou-se o rei aos vinte anos, na sequência do assassinato do seu pai.

Vida

A sua carreira é sobejamente conhecida: conquistou um império que ia dos Balcãs à Índia, incluindo também o Egito e a Báctria (aproximadamente o atual Afeganistão). Este império era o maior e mais rico que já tinha existido. Existem várias razões para esses grandes êxitos militares, um deles é que Alexandre era um general de extraordinária habilidade e sagacidade, talvez o melhor de todos os tempos, pois ele nunca perdeu nenhuma batalha e a expansão territorial que ele proporcionou é uma das maiores da história, a maior expansão territorial em um período bem curto de tempo. Além disso era um homem de muita coragem pessoal e de reconhecida sorte.

Ele herdou um reino que fora organizado com punho de ferro pelo pai, que tivera de lutar contra uma nobreza turbulenta que frequentemente reclamava por mais privilégios, as ligas lideradas por Atenas, e Tebas (a batalha de Queroneia representa o fim da democracia ateniense e por arrastamento das outras cidades gregas e de uma certa concepção de liberdade), revolucionando a arte da guerra.

A sua personalidade é considerada de formas diferentes segundo a percepção de quem o examina: por um lado, homem de visão, extremamente inteligente, tentando criar uma síntese entre o oriente e ocidente (encorajou o casamento entre oficiais seus e mulheres persas, além de utilizar persas ao seu serviço), respeitador dos derrotados (acolheu bem a família deDario III e permitiu às cidades dominadas a manutenção de governantes, religião, língua e costumes) e admirador das ciências e das artes (fundou, entre algumas dezenas de cidades homónimas, Alexandria, que viria a se tornar o maior centro cultural, científico e econômico da Antiguidade por mais de trezentos anos, até ser substituída por Roma); por outro lado, profundamente instável e sanguinário (as destruições das cidades de Tebas e Persepólis, os assassinatos de Clito e de Parménio, dois de seus melhores generais, a sua ligação com um eunuco), limitando-se a usar o pessoal de valor que tinha à sua volta em proveito próprio.

De qualquer modo, fez o que pôde para expandir o helenismo: criou cidades com o seu nome com os seus veteranos feridos por todo o território e deu nome para cidade homenageando seu inseparável e famoso cavalo Bucéfalo. Abafou uma rebelião de cidades gregas sob o domínio macedónio e preparou-se para conquistar a Pérsia.

Em 334 a.C. empreendeu sua primeira campanha contra os persas na Batalha de Granico que deu-lhe o controle da Ásia Menor (atual Turquia). No ano seguinte, derrotou o rei Dario III da Pérsia na Batalha de Issus. Mais um ano depois, conquistou o Egipto e Tiro, em 331 a.C. Completou a conquista da Pérsia na Batalha de Gaugamela, onde derrotou definitivamente Dario III, o que lhe conferiu o estatuto de Imperador Persa.

A tendência de fusão da cultura dos macedônios com a grega provocou nestes temor quanto a um excessivo afastamento dos ideais helênicos por parte de seu monarca. Todavia, nada impediu Alexandre de continuar seu projeto imperialista em direção ao oriente. Durante cerca de dois anos Alexandre manteve-se ocupado em várias campanhas de curta duração para a consolidação do seu império. Mas, em 327 a.C., conduzindo as suas tropas por cima das montanhas Hindu Kush para o vale do rio Indo, para conquistar a Índia, país mítico para os gregos, foi forçado a regressar à Babilónia devido ao cansaço das suas tropas, e instalaria aí a capital do seu império. Deixou atrás de si novas colónias, como Niceia e Bucéfala, esta erigida em memória de seu cavalo, às margens do rio Hidaspes.

Ele tinha a intenção de fazer ainda mais conquistas. Sabe-se que planejava invadir a Arábia e, provavelmente, as regiões ao norte do Império Persa. Poderia também ter planejado outra invasão da Índia ou a conquista de RomaCartago e do Mediterrâneo ocidental[carece de fontes].

Infelizmente nenhuma das fontes contemporâneas sobreviveu (Calístenes e Ptolomeu), nem sequer das gerações posteriores: apenas possuímos textos do século I que usaram fontes que copiaram os textos originais, de modo que muitos dos pormenores da sua vida são bastante discutíveis.

Alexandre morreu depois de doze anos de constante campanha militar, sem completar os trinta e três anos, possivelmente como resultado de maláriaenvenenamentofebre tifóideencefalite virótica ou em consequência de alcoolismo.

O exército de Alexandre Magno

O exército macedónio sob Filipe II e sob Alexandre Magno era composto por diversos corpos complementando-se entre si: cavalaria pesada; cavalaria ligeira; infantaria pesada e infantaria ligeira.

A cavalaria pesada era constituída pelos hetairoi ou companheiros, formados em esquadrões ilai de 256 ginetes com capacete beócio, couraça de bronze ou linotorax, equipados com xyston ou lança de 3,80 m e uma espada. Os militares formavam a unidade de elite de cavalaria aristocrática macedónia, sendo o principal elemento ofensivo. Em situação de combate, formavam à direita dos hypspistas; os nove esquadrões com o esquadrão real de 300 cavaleiros tomando o lugar de honra, sob o comando de Clito Melas, cujo dever era o de proteger o rei durante as batalhas; à sua esquerda, colocavam-se os outros chefes em 8 esquadrões de 256 homens, subdivididos em 4 unidades de 64 ginetes sob comando de Filotas.

À frente de todos estes, posicionavam-se os arqueiros e protegendo o flanco direito, os prodromoi e restante cavalaria ligeira.

Alexandre e o Egito

A cultura do Antigo Egito impressionou Alexandre desde os primeiros dias de sua estadia naquele país. Os grandes vestígios que ele via por toda parte lhe cativaram até o ponto que ele quis “faraonizar-se” como aqueles reis quase míticos. A História da Arte nos tem deixado testemunhos destes feitos e apetências. Em Karnak existe um relevo onde se vê Alexandre fazendo as oferendas ao deus Amon. Veste a indumentária faraônica:

  • Klaft faraónico (manto que cobre a cabeça e vai por trás das orelhas, clássico do antigo Egito), mais a “Coroa Dupla”, vermelha e branca, que se sustenta em equilíbrio instável.
  • Cauda litúrgica de chacal, que com o tempo se transformou em “cauda de vaca“.
  • Oferenda em quatro vasos como símbolo para indicar “quantidade”, “repetição”, “abundância” e “multiplicação”.

Nos hieróglifos do muro se distinguem, além dos títulos de Alexandre – faraó que se representam dentro de um serej e um cartucho egípcio.

Relações pessoais

O grande amigo e companheiro de toda a vida de Alexandre foi Heféstion, filho de um nobre da Macedônia. Heféstion, para além de amigo pessoal de Alexandre, foi o vice-comandante do seu exército, até à sua morte. Alexandre casou com pelo menos duas mulheres, Roxana, filha de um nobre pouco importante, e a princesa persa Statira II, filha de Dario III da Pérsia. O filho que teve de Roxana, Alexandre IV da Macedónia, morreu antes de chegar à idade adulta.

Reinado e conquistas

Alexandre lutando contra um leão com seu amigo Craterus (detalhe). Mosaico do século III a.C., Museu de Pella.

Logo após assumir o trono, Alexandre reiniciou a campanha contra a Pérsia. Em 335 a.C. convocou a Liga de Corinto e convenceu seus membros a elegê-lo comandante numa guerra de retaliação contra a Pérsia, como seu pai havia feito dois anos antes. Com exceção de Esparta, todas as grandes cidades-estado gregas ficaram a seu lado.

A Pérsia havia desempenhado um importante papel na Guerra do Peloponeso, entre Atenas e Esparta nas três últimas décadas do século V a.C.. Após isso, um tratado assinado em 386 a.C. estabeleceu que as cidades gregas naÁsia Menor continuariam sob domínio persa. Porém no século IV a.C. alguns dos mais poderosos oradores gregos continuavam a clamar pela “libertação dos gregos da Ásia Menor”. A Macedônia não era signatária do tratado de 386 a.C. e sua intenção de libertar os gregos da Ásia Menor do domínio persa atraiu a boa vontade da Liga de Corinto, mesmo com os temores das várias cidades-estado em relação ao domínio macedônio.

Após combater a revolta da cidade de Tebas, Alexandre empenhou-se na campanha contra a Pérsia que o levaria numa viagem até os confins da Índia e, apesar de ter criado um império e nunca ter sido derrotado em combate, morreria sem rever sua terra.

O legado de Alexandre

O império de Alexandre (em verde escuro), no contexto geopolítico à época de sua morte.

Com a sua morte, os seus generais repartiram o seu império e a sua família acabou por ser exterminada. Os Epígonos iriam gastar gerações seguidas em conflitos. Apenas Seleuco esteve prestes a reunificar o império (faltando o Egipto) por um curto espaço de tempo. Os seus sucessores fizeram o que puderam para manter o helenismo vivo: gregos e macedónios foram encorajados a emigrar para as novas cidades.Alexandria no Egipto teve um destino brilhante devido aos cuidados dos ptolomaicos (o Egipto, apesar da sua monumentalidade, nunca possuíra grandes metrópoles): tornou-se um porto internacional, um centro financeiro e um foco de cultura graças à biblioteca; mas outras cidades como AntioquiaSelêucida do Tigre e Éfeso também brilharam. Reinos no oriente, como os greco-bactrianos (Afeganistão) e greco-indianos, expandiram o helenismo geograficamente mais do que Alexandre o fizera. Quando os partas (um povo indo-europeu aparentado com os citas) ocuparam a Pérsia, esses reinos subsistiram até ao século I a.C., com as ligações cortadas ao ocidente.

Alexandre tem persistido na história e mitos tanto da cultura grega como das não-gregas. Depois de sua morte (e inclusive durante sua vida) suas conquistas inspiraram uma tradição literária na que aparece como um herói legendário, na tradição de Aquiles. Também é mencionado no livro zoroástrico de Arda Viraf como “Alexandre, o Maldito”, em persa Guzastag, pela conquista do Império Persa e a destruição de sua capital, Persépolis.

Roma recuperou o legado helenístico, e a miragem do império de Alexandre: Crasso e Marco António tentaram conquistar a Pérsia com péssimos resultados. Trajano morreu a meio de uma expedição, Septímio Severo teve o bom senso de desistir a meio e só Heráclito, no período bizantino, teve uma campanha vitoriosa: debalde, pois os árabes acabaram com a Pérsia Sassânida, enfraquecida pelas longas guerras com o Império Bizantino.

O ocidente medieval viu nele o perfeito cavaleiro, incluindo no grupo dos nove bravos e estabeleceu lendas e o “Romance de Alexandre“. Luís XIV apreciava vestir-se como Alexandre (à maneira doséculo XVII obviamente) e esse epíteto seria sempre apreciado por monarcas absolutos.

Os nomes de Alexandre

Tetradracma de Alexandre o Grande

O império fundado por Alexandre marcou as culturas do oriente e seu nome possui versões em diversas línguas:

  • Em persaEskandar-e Maqduni (“Alexandre da Macedônia”);
  • Em árabe ر, الإسكندر الأكب Al-Iskandar al-Akbar;
  • Em urdu, سکندر اعظم, Sikandar-e-azam;
  • Em pashtoSkandar;
  • Em hebraico, אלכסנדר מוקדון, Alexander Mokdon

Sikandar, seu nome em Urdu e Hindi, também se emprega como sinônimo de “esperto” ou “extremamente hábil”.

Nas tradições do Oriente Médio é chamado de Dhul-Qarnayn , “o (homem) dos dois chifres”, assim como em aramaico é referido como Tre-Qarnayia (“o dos dois chifres”), possivelmente devido às moedas cunhadas durante seu reinado representando-o com os chifres de carneiro do deus egípcio Amon

Representações na cultura

Na música a banda inglesa Iron Maiden em 1986 compôs a música “Alexander, The Great” que fez parte do disco Somewhere in Time também do mesmo ano.

No século XX, Alexandre o Grande foi objeto de muitos documentários da televisão.

Dois filmes de grande sucesso tiveram como assunto Alexandre o Grande:

fonte:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandre,_o_Grande

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Auguste Comte

 

Auguste Comte

Nome completo Isidore Auguste Marie François Xavier Comte
Nascimento 19 de janeiro de 1798
MontpellierFrança
Morte 5 de setembro de 1857 (59 anos)
ParisFrança
Influências

Influências[Expandir]

Influenciados

Influenciados[Expandir]

Escola/tradição SociologiaPositivismo
Ideias notáveis Lei dos Três EstadosSociologia,síntese subjetivahumanismo

Isidore Auguste Marie François Xavier Comte (Montpellier19 de janeiro de 1798 — Paris5 de setembro de 1857) foi um filósofo francês, fundador da Sociologia e do Positivismo.

Biografia

Em 1814, aos dezesseis anos de idade, com interesse pelas ciências naturais, conjugado às questões históricas e sociais, ingressou na Escola Politécnica de Paris. No período de 1817-1824 foi secretário do conde Henri de Saint-Simon, expoente do socialismo utópico. São dessa época algumas fórmulas fundamentais: “Tudo é relativo, eis o único princípio absoluto” (1819) e “Todas as concepções humanas passam por três estágios sucessivos – teológico, metafísico e positivo -, com uma velocidade proporcional à velocidade dos fenômenos correspondentes” (1822) – “lei dos três estados”.

Em 1824, rompeu com Saint-Simon ao discordar das ideias deste sobre as relações entre a ciência e a reorganização da sociedade. Comte estava convicto que o mestre priorizava auxílio à elite industrial e científica do período com sacrifício da reforma teórica do conhecimento.

Em 1826, sofreu um colapso nervoso enquanto trabalhava na criação de uma filosofia positiva, supostamente desencadeado por “problemas conjugais”. Recuperado, iniciou a redação de Curso de filosofia positiva (renomeado para Sistema de filosofia positiva em 1848), trabalho que lhe tomou doze anos.

Em 1842, perdeu o emprego de examinador de admissão à Escola Politécnica por criticar a corporação universitária francesa. Começou a ser ajudado por admiradores, como o pensador inglês John Stuart Mill (1806-1873). No mesmo ano separou-se de Caroline Massin, após 17 anos de casamento. Em 1845 apaixonou-se por Clotilde de Vaux, que morreria no ano seguinte por tuberculose.

Entre 1851 e 1854, redigiu o Sistema de política positiva, no qual expôs algumas das principais consequências de sua concepção de mundo não-teológica e não-metafisica, propondo uma interpretação pura e plenamente humana para a sociedade e sugerindo soluções para os problemas sociais; no volume final da obra apresentou as instituições principais de sua Religião da Humanidade.

Em 1856, publicou o primeiro volume de Síntese Subjetiva, projetada para abarcar quatro volumes, cada um a tratar de questões específicas das sociedades humanas: lógica, indústria, pedagogia, psicologia. Não pôde concluir a obra ao falecer, possivelmente de câncer, em 5 de setembrode 1857, em Paris. Sua última casa, na rua Monsieur-le-Prince, n. 10, foi posteriormente adquirida por positivistas e transformada no Museu Casa de Auguste Comte. Encontra-se sepultado no Cemitério do Père-Lachaise em Paris na França.[1]

Teorias

 

A filosofia positiva

A filosofia positiva de Comte nega que a explicação dos fenômenos naturais, assim como sociais, provenha de um só princípio. A visão positiva dos fatos abandona a consideração das causas dos fenômenos (Deus ou natureza) e pesquisa suas leis, vistas como relações abstratas e constantes entre fenômenos observáveis.

Adotando os critérios histórico e sistemático, outras ciências abstratas antes da Sociologia, segundo Comte, atingiram a positividade: a Matemática, a Astronomia, a Física, a Química e a Biologia. Assim como nessas ciências, em sua nova ciência inicialmente chamada de física social e posteriormente Sociologia, Comte usaria a observação, a experimentação, da comparação e a classificação como métodos – resumidas na filiação histórica – para a compreensão (isto é, para conhecimento) da realidade social. Comte afirmou que os fenômenos sociais podem e devem ser percebidos como os outros fenômenos da natureza, ou seja, como obedecendo a leis gerais; entretanto, sempre insistiu e argumentou que isso não equivale a reduzir os fenômenos sociais a outros fenômenos naturais (isso seria cometer o erro teórico e epistemológico do materialismo): a fundação da Sociologia implica que os fenômenos sociais são um tipo específico de realidade teórica e que devem ser explicados em termos sociais.

Em 1852 Comte instituiu uma sétima ciência, a Moral, cujo âmbito de pesquisa é a constituição psicológica do indivíduo e suas interações sociais.

Pode-se dizer que o conhecimento positivo busca “ver para prever, a fim de prover” – ou seja: conhecer a realidade para saber o que acontecerá a partir de nossas ações, para que o ser humano possa melhorar sua realidade. Dessa forma, a previsão científica caracteriza o pensamento positivo.

O espírito positivo, segundo Comte, tem a ciência como investigação do real. No social e no político, o espírito positivo passaria o poder espiritual para o controle dos “filósofos positivos”, cujo poder é, nos termos comtianos, exclusivamente baseado nas opiniões e no aconselhamento, constituindo a sociedade civil e afastando-se a ação política prática desse poder espiritual – o que afasta o risco de tecnocracia (chamada, nos termos comtianos, de “pedantocracia“).

O método positivo, em termos gerais, caracteriza-se pela observação. Entretanto, deve-se perceber que cada ciência, ou melhor, cada tipo de fenômeno tem suas particularidades, de modo que o método específico de observação para cada fenômeno será diferente. Além disso, a observação conjuga-se com a imaginação: ambas fazem parte da compreensão da realidade e são igualmente importantes, mas a relação entre ambas muda quando se passa da teologia para a positividade. Assim, para Comte, não é possível fazer ciência (ou arte, ou ações práticas, ou até mesmo amar!) sem a imaginação, isto é, sem uma ativa participação da subjetividade individual e por assim dizer coletiva: o importante é que essa subjetividade seja a todo instante confrontada com a realidade, isto é, com a objetividade.

Dessa forma, para Comte há um método geral para a ciência (observação subordinando a imaginação), mas não um método único para todas as ciências; além disso, a compreensão da realidade lida sempre com uma relação contínua entre o abstrato e o concreto, entre o objetivo e o subjetivo. As conclusões epistemológicas a que Comte chega, segundo ele, só são possíveis com o estudo da Humanidade como um todo, o que implica a fundação da Sociologia, que, para ele, é necessariamente histórica.

Além da realidade, outros princípios caracterizam o Positivismo: o relativismo, o espírito de conjunto (hoje em dia também chamado de “holismo“) e a preocupação com o bem público (coletivo e individual). Na verdade, na obra “Apelo aos conservadores”, Comte apresenta sete definições para o termo “positivo”: realútilcertoprecisorelativoorgânico e simpático.

“A gênese do Positivismo ocorreu no século XIX, num momento de transformações sociais e econômicas, políticas e ideológicas, tecnológicas e científicas profundas decorrentes da consolidação do capitalismo, enquanto modo de produção, através da propagação das atividades industriais na Europa e outras regiões do mundo. Portanto, o “século de Comte” e sua amada França mergulharam de corpo e alma, numa “deusa” chamada razão, colocando sua fé numa “Nova Religião”, caracterizada pela junção entre a ciência e a tecnologia, tidas como a panacéia da humanidade, no contexto da expansão, pelo Globo, do Capitalismo Industrial.” (VALENTIM 2010)

[editar]A lei dos três estados

O alicerce fundamental da obra comtiana é, indiscutivelmente, a “Lei dos Três Estados”, tendo como precursores nessa idéia seminal os pensadores Condorcet e, antes dele, Turgot.

Segundo o marquês de Condorcet, a humanidade avança de uma época bárbara e mística para outra civilizada e esclarecida, em melhoramentos contínuos e, em princípio, infindáveis – sendo essa marcha o que explicaria a marcha da história.

A partir da percepção do progresso humano, Comte formulou a Lei dos Três Estados. Observando a evolução das concepções intelectuais da humanidade, Comte percebeu que essa evolução passa por três estados teóricos diferentes: o estado ‘teológico’ ou ‘fictício’, o estado ‘metafísico’ ou ‘abstrato’ e o estado ‘científico’ ou ‘positivo’, em que:

  • No primeiro, os fatos observados são explicados pelo sobrenatural, por entidades cuja vontade arbitrária comanda a realidade. Assim, busca-se o absoluto e as causas primeiras e finais (“de onde vim? Para onde vou?”). A fase teológica tem várias subfases: o fetichismo, o politeísmo, omonoteísmo.
  • No segundo, já se passa a pesquisar diretamente a realidade, mas ainda há a presença do sobrenatural, de modo que a metafísica é uma transição entre a teologia e a positividade. O que a caracteriza são as abstrações personificadas, de caráter ainda absoluto: “a Natureza”, “o éter”, “o Povo”, “o Capital”.
  • No terceiro, ocorre o apogeu do que os dois anteriores prepararam progressivamente. Neste, os fatos são explicados segundo leis gerais abstratas, de ordem inteiramente positiva, em que se deixa de lado o absoluto (que é inacessível) e busca-se o relativo. A par disso, atividade pacífica e industrial torna-se preponderante, com as diversas nações colaborando entre si.

É importante notar que cada um desses estágios representa fases necessárias da evolução humana, em que a forma de compreender a realidade conjuga-se com a estrutura social de cada sociedade e contribuindo para o desenvolvimento do ser humano e de cada sociedade.

Dessa forma, cada uma dessas fases tem suas abstrações, suas observações e sua imaginação; o que muda é a forma como cada um desses elementos conjuga-se com os demais. Da mesma forma, como cada um dos estágios é uma forma totalizante de compreender o ser humano e a realidade, cada uma delas consiste em uma forma de filosofar, isto é, todas elas engendram filosofias.

Como é possível perceber, há uma profunda discussão ao mesmo tempo sociológica, filosófica e epistemológica subjacente à lei dos três estados – discussão que não é possível resumir no curto espaço deste artigo.

A Religião da Humanidade

 

 

Os anseios de reforma intelectual e social de Comte desenvolveram-se por meio de sua Religião da Humanidade. Para Comte, “religião” e “teologia” não são termos sinônimos: a religião refere-se ao estado de unidade humana (psicológica, espiritual e social), enquanto a teologia refere-se à crença em entidades sobrenaturais. Considerando o caráter histórico e a necessidade de unidade do ser humano, a Religião da Humanidade incorpora nela a teologia e a metafísica – respeitando, reconhecendo e celebrando o papel histórico desempenhado por esses estágios provisórios, absorvendo o que eles têm de positivo (isto é, de real e de útil).

A Religião da Humanidade encontrou em Pierre Laffitte seu principal dirigente na França após a morte de Comte, especialmente na III República francesa. No Brasil, o Positivismo religioso encontrou grande aceitação no século XIX; embora com menor intensidade no século XX, o Positivismo religioso brasileiro teve grande importância: por exemplo, durante a campanha “O petróleo é nosso!”, cujo vice-Presidente era o positivista Alfredo de Moraes Filho, e durante o processo deimpeachment do ex-Presidente Fernando Collor de Mello, em que o Centro Positivista do Paraná também solicitou, assim como a Ordem dos Advogados do Brasil e Associação Brasileira de Imprensa, o afastamento do Presidente da República.

Igreja Positivista do Brasil, fundada por Miguel Lemos e Teixeira Mendes em 1881, em cujos quadros estiveram Benjamin Constant Botelho de Magalhães, o Marechal Rondon e o diplomata Paulo Carneiro, continua ativa no Rio de Janeiro.

[editar]Obras

  • Opúsculos de Filosofia Social (1816-1828) (republicados em conjunto, em 1854, como apêndice ao volume IV do Sistema de política positiva)
  • Curso de filosofia positiva, em 6 volumes (1830-1842) (em 1848 foi renomeado para Sistema de filosofia positiva)
  • Discurso sobre o espírito positivo (1848)
  • Discurso sobre o conjunto do Positivismo (1851) (Introdução geral ao Sistema de política positiva)
  • Sistema de política positiva, em 4 volumes (1851-1854)
  • Catecismo positivista (1852)
  • Apelo aos conservadores (1855)
  • Síntese subjetiva (1856)
  • Correspondência, em 8 volumes (1816-1857)

fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_Comte

 

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Helena Kolody

imagesCAQ56490Nasceu em Cruz Machado (PR), em 12 de outubro de 1912, e faleceu em Curitiba (PR), em 15 de fevereiro de 2004. Seus pais nasceram na Galícia Oriental, Ucrânia, mas se conheceram no Brasil, onde se casaram em janeiro de 1912. Passou a maior parte da infância em Três Barras. Foi professora do ensino médio e inspetora de escola pública. De 1928 a 1931, cursa a Escola Normal Secundária (atual Instituto de Educação do Paraná). Consta que foi a primeira mulher a publicar hai-kais no Brasil (1941).  Foi admirada por poetas como Carlos Drummond de Andrade e Paulo Leminski, sendo que, com esse último, teve uma grande relação de amizade.  A partir de 1985, quando recebe o Diploma de Mérito Literário da Prefeitura de Curitiba, a sua obra passou a ter grande repercussão no seu estado e no restante do País. Em 1988,  é criado o importante Concurso Nacional de Poesia Helena Kolody”, realizado anualmente pela Secretaria da Cultura do Paraná. Em 1989, o Museu da Imagem e do Som do Paraná grava e publica um seu depoimento. Em 1991, é eleita para a Academia Paranaense de Letras. Em 1992, o cineasta Sylvio Back faz  filme “A Babel de Luz” em homenageia aos seus 80 anos, tendo recebido o prêmio de melhor curta e melhor montagem, do 25° Festival de Brasília. E, 2003, recebe o título de “Doutora Honoris Causa” pela Universidade Federal do Paraná.

Bibliografia: Paisagem Interior (1941), edição da autora; Música Submersa (1945), edição da autora; A sombra no rio (1951), edição da Escola Técnica do Paraná; Poesias Completas (1962), edição da Escola de aprendizagem do SENAI; Vida Breve (1965), edição da Escola de Aprendizagem do SENAI; Era Espacial e Trilha Sonora (1966), edição da Escola de Aprendizagem do SENAI; Antologia Poética (1967), Gráfica Vicentina; Tempo (1970), edição da Escola de Aprendizagem do SENAI; Correnteza (1977, seleção de poemas publicados até esta data), Editora Lítero-Técnica; Infinito Presente (1980), Gráfica Repro-SET; Poesias Escolhidas (1983, traduções de seus poemas para o ucraniano), Tipografia Prudentópolis; Sempre Palavra (1985), Criar Edições; Poesia Mínima (1986), Criar Edições; Viagem no Espelho (1988, reunião de vários livros já publicados), Criar Edições; Ontem, Agora (1991), Secretaria de Estado da Cultura do Paraná; Reika (1993), Fundação Cultural de Curitiba; Sempre Poesia (1994, antologia poética); Caixinha de Música (1996); Luz Infinita (1997, edição bilíngüe); Sinfonia da Vida (1997, antologia poética com depoimentos da poetisa); Helena Kolody por Helena Kolody (1997, CD gravado para a coleção Poesia Falada); Poemas do Amor Impossível (2002, antologia poética); Memórias de Nhá Mariquinha (2002, obra em prosa); Viagem no Espelho (1995), Editora da Universidade Federal do Paraná.

Na minha infância conheci já moça a professora cujos olhos azuis irradiavam a ternura de uma  eterna amiga. Mais tarde vim a perceber sua visão amorosa refletida em seus poemas, sínteses de suas idéias poéticas. Contemplando uma rosa sobre o muro, animava-a, sua visão era a de que a rosa estava sonhando. Na reflexão sobre o tempo, via -o como um mar que se alarga. Numa viagem de encontro ao sol, uma eterna madrugada. Helena Kolody é prova da visão amorosa do artista. Poesia pura, através de imagens de enlevo, doçura,  sentimentos, amor sublimado,  Helena descortina o belo e o bem no mundo.
Noel Nascimento

fonte:  http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/parana/helena_kolody.html

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Xenofonte

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Nasceu em Atenas por volta de -428. Era de família abastada e conviveu com Sócrates até -401, quando se juntou aos mercenários gregos que combateram na Pérsia em favor de Ciro, o Jovem. Após a batalha de Cunaxa (-401), os mercenários gregos tiveram de fugir e Xenofonte foi um dos líderes da bem sucedida retirada.

Lutou novamente contra os persas, ao lado dos espartanos, e tornou-se amigo do rei Agesilau (-396). Acompanhou-o de volta à Grécia quando começou a Guerra de Corinto (-395/-387) e consta que ficou do lado de Esparta durante a batalha de Queronéia (-394), possivelmente sem participar dos combates.

Devido ao seu óbvio alinhamento com os interesses espartanos, na época contrários aos de Atenas, os atenienses exilaram-no e confiscaram seus bens. Esparta concedeu-lhe, então, a proxenia e uma propriedade na Élida, perto de Olímpia (-390). Durante os 20 anos seguintes, Xenofonte foi apenas um tranquilo e abastado proprietário rural e escreveu grande parte de suas obras. Após a derrota dos espartanos em Leuctras (-371), porém, teve de abandonar a propriedade e se refugiar em Corinto.

Anos antes, com a reaproximação de Atenas e Esparta, seu exílio havia sido revogado, mas ele aparentemente não voltou mais à pátria. Seu filhos, no entanto, lutaram no exército ateniense e um deles, Grilo, morreu em Mantinéia (-362).

Sua última obra parece ter sido escrita em -355 ou poucos anos depois: é a última referência que temos sobre sua vida.

Obras sobreviventes

Todas as suas obras foram conservadas. A cronologia da maioria é pouco exata, porém todas devem ter sido escritas depois de -390, quando se retirou para sua propriedade na Élida. É costume dividí-las em três grupos:

  • OBRAS “QUASE” HISTÓRICAS
    AnábaseHelênicasA Educação de Ciro (-370), Agesilau (-360).
  • OBRAS SOCRÁTICAS
    MemoráveisApologia de SócratesO BanqueteEconômico.
  • OBRAS “MENORES”
    A Constituição dos LacedemôniosO Comandante de CavalariaHieronDa EquitaçãoAs Rendas (-355).

Constituição de Atenas, atribuída a ele pelos antigos, não é de sua autoria; há também sérias dúvidas sobre a autenticidade do pequeno tratado Da Caça.

Características da obra

Xenofonte era um homem de ação e sua concepção de vida, tradicionalista, aristocrática e antidemocrática, seguia de perto as idéias espartanas. Como bom ateniense, porém, sentia necessidade de discutir, argumentar, ponderar, explicar as razões de seus pensamentos e atos. Nada tinha de filósofo, e seus escritos socráticos procuravam apenas defender a memória do amigo e transmitir seus ensinamentos.

As variadas experiências vividas por ele se refletem na diversidade de sua obra; a personalidade marcante do autor e suas idéias aparecem com nitidez em cada parágrafo. De certa forma, essa é a principal razão de sua deficiência como historiador: as narrativas contêm, principalmente, as lembranças e a visão pessoal de Xenofonte. A despeito disso, o relato dos eventos ocorridos entre -411 e -362 são inestimáveis para a reconstituição histórica da época.

Do ponto de vista linguístico, Xenofonte é um dos modelos mais perfeitos do dialeto ático. Suas narrativas podem parecer um pouco cansativas ao leitor moderno, porém seu estilo simples, elegante e correto é certamento um marco da literatura grega. Foi também um dos primeiros escritores gregos a escrever biografias (Agesilau).

fonte:  http://greciantiga.org/arquivo.asp?num=0348

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Sócrates

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Socrátes  foi um filósofo grego, nasceu em Atenas, e é referência central na filosofia do Ocidente. Suas idéias não foram registradas, mas outros filósofos como Platão e Xenofonte testemunharam os seus ensinamentos, exaltando a sua sabedoria.

O legado de Sócrates não seria possível também sem os combates e sátiras de Aristófanes. Somente desta forma, é possível ter uma idéia do pensamento de Sócrates, já que o próprio não tinha a intenção de deixar algo escrito.

Sócrates criou um método de investigação do conhecimento através da maêutica, no qual, por meio de sucessivas questões, se chegava à verdade. Esse caminho usado por Sócrates era um verdadeiro “parto”, onde ele induzia os seus discípulos a praticarem mentalmente a busca da verdade última.

Conta-se que o Oráculo de Delfos o declarou o mais sábio dos gregos. Sócrates costumava dizer: “Só sei que nada sei”, frase que se tornou síntese de seu pensamento. O filósofo era preocupado com os princípios de retidão moral e da consciência individual.

Sócrates não cobrava pelos seus ensinamentos, ao contrário dos sofistas, filósofos viajantes que contribuíam para a derrocada da fé nos deuses do Olimpo. Outra diferença fundamental do pensamento socrático para os sofistas é que estes se baseavam no pensamento relativista, de ordem subjetiva, ao passo que Sócrates se preocupava com a verdade oculta e objetiva, que deveria ser encontrada através de questionamentos das coisas e de si mesmo.

Política e moral eram temas frequentes em Atenas. Sócrates achava que a Pólis grega deveria ser governada por aqueles que detinham o conhecimento, uma espécie de “aristocracia dos sábios”. O filósofo não era a favor da democracia grega como era praticada em Atenas.

Sócrates acreditava na imortalidade da alma. Foi com essa crença que, condenado à morte pelos governantes de Atenas, acusado de corromper a juventude e de desrespeito aos deuses, não aceitou ajuda para fugir da cidade.

Da condenação à sua sentença, Sócrates preferiu manter-se em Atenas, aproveitando o momento para discutir a imortalidade da alma com seus alunos. Foi condenado a tomar cicuta, um tipo de veneno letal.

fonte:  http://www.e-biografias.net/socrates/

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Platão

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Aristócles, que ficou conhecido no mundo inteiro como Platão, nasceu em Atenas, por vlta de 427 a.C. Filho de pais aristocráticos, nasceu em uma família rica, envolvida com políticos.

Platão se interessou pela filosofia e pela política logo cedo. Tornou-se discípulo de Sócrates aos 18 anos e o acompanhou durante cerca de 10 anos, até que fosse condenado à morte.

Platão acompanhou o processo de julgamento de seu mestre, acusado de corromper a juventude e de não acreditar nos deuses. Sócrates foi obrigado a beber veneno, em 399 a.C.

Decepcionado com a democracia ateniense e também correndo risco de ser perseguido, por ter sido discípulo de Sócrates, Platão passou a viajar por diferentes lugares, em busca de novos aprendizados.

Retornou para Atenas em meados de 387 a.C. e foi nessa época que fundou sua Academia, que tinha como objetivo o a educação de jovens que poderiam assumir cargos no governo e precisavam da experiência e conselhos de Platão, para desempenharem um bom trabalho.

O filósofo escreveu mais de 30 obras, como Menexeno; Ménon; Eutidemo; Crátilo; O banquete; Fédon; A república; Fedro; Teeteto; Parmênides; O sofista; O político; Timeu; Crítias; Filebo e As leis.

Basicamente, suas obras eram escritas em forma de diálogos. Curiosamente, esses diálogos não apresentam Platão como personagem principal e, sim, Sócrates. Através de sua obra, Platão passa muitos dos ensinamentos de seu mestre. Em alguns momentos, dizem os estudiosos, é difícil saber se se trata de um pensamento do próprio Platão ou um pensamento de Sócrates transmitido por Platão.

O filósofo faleceu aos 80 anos, em 347 a .C.

fonte:  http://pensador.uol.com.br/autor/platao/biografia/

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